Bloqueadores de Celulares: de novo?
... e lá vem o Governo de novo, meses após a onda de violência em SP, com esse papo de "bloqueadores de celulares em presídios". Inegável que limitaria rebeliões organizadas e comando do crime de dentro dos presídios. Inegável.
Mas, the question remains: essa tecnologia funciona? será definitível? Como advogado (também criminalista), e como apaixonado por tecnologia desde os 12 anos de idade, afirmo peremptoriamente: não é a solução definitiva e nem mesmo é a melhor solução. Trata-se de uma alternativa caríssima e não à prova de falhas.
Bem, diversos clientes meus (vez por outra) me ligam (e alguns deles estão presos). Se é todo cadeado pode ser serrado e toda fechadura arrombada, a regra se aplica à tecnologia. Arranjarão (presos ou não presos) um "jeitinho" de driblar os bloqueadores, até porque os recursos humanos (de dentro dos presídios) não vão mudar.
Os bloqueadores podem ser desligados "temporariamente" pelos mesmos cidadãos que põem os celulares "pra dentro" da prisão. (é verdade, celulares não brotam na prisão). Algo análogo ao que escrevi sobre o PL 6779/06, da Deputada Maninha-Psol/DF.
Não se trata de qual é a tecnologia, mas de quem a usa e controla. Chegaram a falar na Gaiola de Farraday, mas, sejamos realistas, é Brasil. O problema não é a tecnologia. Presidiários usam números clonados, principalmente de pré-pagos, e os abastecem com cartões roubados ou conseguidos via golpes. Se bloquearem o número, eles mudam de número. E dizem (somente dizem) por ai que é o próprio sistema que põe os celulares para dentro.
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